NotíciasExclusivasDo estrelato no Brasil à vitrine discreta na Europa: Por que jogadores trocam gigantes por clubes médios?

Do estrelato no Brasil à vitrine discreta na Europa: Por que jogadores trocam gigantes por clubes médios?

Movimento crescente faz atletas de destaque em times brasileiros a aceitarem propostas de equipes de menor expressão no futebol europeu

| Autor: João Victor Viana
André e Jhon Arias juntos pelo Fluminense / Igor Jesus e Jair juntos pelo Nottingham Forest

André e Jhon Arias juntos pelo Fluminense / Igor Jesus e Jair juntos pelo Nottingham Forest |Foto: Reprodução / Instagram

Nos últimos anos, um padrão vem chamando a atenção no mercado da bola: jogadores de destaque em clubes brasileiros, como Botafogo e Fluminense, têm deixado de lado estádios lotados e disputas por títulos para vestir a camisa de times considerados médios no futebol europeu. Casos recentes, como o do centroavante Igor Jesus e do zagueiro Jair, que trocaram o atual campeão do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, o Botafogo, para vestirem a camisa do Nottingham Forest, da Inglaterra. Outro caso parecido é o dos meios-campistas André e Jhon Arias, ambos do Fluminense, time em que foram campeões juntos da Libertadores em 2023, e escolheram o Wolverhampton, time modesto da Inglaterra, para ser sua nova casa.

A mudança à primeira vista pode ser um passo atrás, porém, muitas vezes é estratégica. Para os jogadores, a ida à Europa, mesmo que não seja para gigantes como Real Madrid ou Liverpool, significa salários mais altos, pagamentos em moeda forte e contratos mais estáveis. Além da questão econômica, estar no radar europeu abre portas para transferências futuras para clubes de maior expressão, algo que o mercado brasileiro, apesar da competitividade, nem sempre proporciona.

Outro fator importante é a visibilidade internacional. Competições como a Liga Europa ou mesmo ligas nacionais de países de médio porte, como Portugal, Bélgica e Turquia, funcionam como vitrines interessantes. De lá, o caminho para as principais ligas do continente pode ser mais curto do que se imagina.

Por outro lado, torcedores e jornalistas esportivos lamentam a perda de talentos no auge da carreira para times de menos expressão. “O Brasil deixa de contar com jogadores que poderiam ser protagonistas por mais tempo, e isso afeta a qualidade técnica do nosso futebol”, essa foi a frase dita pelo ex-técnico da Seleção Brasileira, Tite, durante uma entrevista após a eliminação da seleção na Copa do Mundo de 2022. Tite estava se referindo à dificuldade do futebol brasileiro em manter jogadores de alto nível por mais tempo e como isso impacta o desempenho da equipe.

Seja por necessidade financeira, estratégia de carreira ou pela sedução do passaporte europeu, a tendência parece longe de acabar. Para muitos atletas, a camisa de um clube 'médio' europeu pode ser apenas a primeira página de um novo capítulo rumo ao estrelato.

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